4 cuidados com as crianças na praia

Para o descanso ser tranquilo é preciso ficar atento à saúde dos pequenos

Quem vai passar férias na praia com crianças precisa tomar alguns cuidados extras para preservar a saúde delas. Por ser um ambiente exposto, é preciso prevenir queimaduras de sol, evitar desidratação e até mesmo ter um cuidado redobrado quando elas estão brincando na água, por causa do risco de afogamento. Veja abaixo as recomendações da pediatra Flávia Nassif, do Hospital Sírio-Libanês.

1. Previna queimaduras: de acordo com a Flávia é preciso ficar atento para evitar queimaduras solares. "Na maioria das vezes, as queimaduras são de primeiro grau (pele fica vermelha), mas podem também ser de segundo grau (com aparecimento de bolhas)", explica. Se a criança já apresentar queimadura, é preciso tratar o quanto antes.

"Diante das queimaduras é necessário aplicar compressas de água fria, que proporcionam alívio, bem como hidratação da pele. Se a criança estiver com muita dor, o uso de um analgésico pode ajudar", explica.

Para prevenir, os pais podem passar protetor solar preferencialmente de 15 a 30 minutos antes de sair de casa, reaplicando a cada duas horas. "O uso do protetor solar é liberado a partir do sexto mês de vida. Para as crianças menores, a sombra (uso do guarda-sol) bem como o sol antes das 10h ou após 16h são os únicos aliados". Fora desse período, mantenha os bebês menores de seis meses fora do sol.

Flávia recomenda usar guarda-sol e chapéus de aba larga, que cobrem a face e a nuca. Sobre o protetor solar, o ideal é preferir as loções cremosas à prova d¿água, que tenham equilíbrio entre filtros físicos e químicos.

Além disso, ela recomenda o uso de óculos de sol que sigam a norma de fabricação europeia (EM 1836, que fixa a faixa dos raios ultravioletas entre 280 e 380nm). "Os raios UV têm efeito cumulativo também nos olhos, podendo gerar desde uma ceratite [inflamação na córnea, que dá a sensação de areia nos olhos] até uma perda da visão central", alerta a pediatra.

2. Afaste o risco de desidratação: o calor excessivo provoca transpiração, o que leva a uma perda de líquidos pelo organismo, podendo evoluir para uma desidratação. "Desconfie quando a criança estiver mais sonolenta, com menos saliva (ou saliva espessa), fazendo menos xixi do que o habitual e quando a urina estiver com uma coloração mais escura", alerta.

Para evitar, é preciso procurar ambientes frescos e arejados, deixar a criança com roupas claras e leves e oferecer bastante líquidos, principalmente água.

3. Cuidado com a intoxicação alimentar: o tempo quente e os petiscos muitas vezes fora de refrigeração podem levar a uma intoxicação alimentar. "Geralmente ela se apresenta por meio de vômitos, diarreia e dor de barriga", detalha a médica. "Para evitar, o ideal é dar preferência a uma alimentação leve, previamente higienizada e de procedência conhecida e confiável", explica. Levar frutas ou lanches feitos em casa é uma opção, mas devem sempre ser acondicionados em sacolas térmicas.

4. Atenção aos afogamentos: mortes por afogamento são frequentes em piscinas. A praia, porém, não deixa de ser perigosa, por isso os pais ou responsáveis devem ficar sempre atentos às crianças enquanto elas estiverem na água.

"Menores de seis anos não devem nadar sem supervisão, é preciso respeitar as placas de proibição das praias e não confiar em boias ou outros dispositivos de flutuação. Mesmo usando coletes salva-vidas, as crianças que não sabem nadar precisam de acompanhamento", finaliza Flávia.

 

Revisão técnica

  • Prof. Dr. Max Grinberg
  • Núcleo de Bioética do Instituto do Coração do HCFMUSP
  • Autor do blog Bioamigo

Fonte: site Coração e Vida, produzido com a curadoria do cardiologista Dr. Roberto Kalil Filho.